Novo método reduz necessidade de experiências com animais

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3689253-EI238,00.html


Novo método reduz necessidade de experiências com animais

07 de abril de 2009 • 09h32 • atualizado às 10h14

Um estudo constatou que determinados comportamentos de ratos delaboratório eram fáceis de reproduzir

Lucas Laursen

Cientistas e pesquisadores podem reduzir o uso de animais em suas experiências caso alterem a maneira pela qual conduzem as análises deseus resultados, de acordo com um estudo realizado por cientistaslocalizados na Alemanha e nos Estados Unidos.

Em uma experiência típica envolvendo animais de laboratório, ospesquisadores em geral tentam padronizar fatores tais como osantecedentes genéticos dos animais e as condições prevalecentes noslaboratórios envolvidos, a fim de tornar o mais fácil possível paranovos grupos de pesquisadores a reprodução futura dos resultadosinicialmente obtidos.

Recentemente, no entanto, uma equipe comandada por Hanno Wurbel, daUniversidade Justus-Liebig, na Alemanha, decidiu que procederia a umanova análise de um estudo sobre o comportamento de ratos delaboratório, levando em conta as variações genéticas e ambientais quetendem a ser harmonizadas, e o novo sistema proposto proporcionou umnúmero de retornos espúrios, ou "falsos positivos", inferior aodeterminado pela análise inicial.Em artigo publicado pela revista Nature Methods, a equipe de Wurbelargumentou que procedimentos iniciais de seleção química ou por meiode medicamentos que incluam essas variações naturais entre diferentesanimais poderiam reduzir o número de dispendiosas verificaçõesadicionais requeridas, e tornar mais fáceis de reproduzir osresultados obtidos em um determinado projeto de pesquisa."

Em experiências agrícolas (e também em experiências humanas), éreconhecido de maneira absoluta que existem algumas variações as quaisnão existe maneira de controlar", diz Joseph Garner, da UniversidadePurdue, em West Lafayette, Indiana, um dos co-autores do estudo. "É apenas quanto a animais de laboratório que adotamos essa idéiadraconiana de que somos capazes de controlar todas as variações, e deque isso é necessário".Nova análisePara determinar se uma forma diferenciada de organizar a experiênciapoderia funcionar melhor, Garner, na companhia de Wurbel e de Helene Richter, orientanda desde último, conduziram uma nova análise sobre umestudo envolvendo comportamento de ratos de laboratório em múltiploslaboratórios, publicado recentemente.

Eles reportaram que uma análise dos dados sobre os ratos delaboratório sem levar em conta as diferentes variações ambientaiscriava cerca de 10 vezes mais resultados espúrios, em comparaçãodireta com os estudos de ratos de laboratórios que adotavam umaabordagem experimental que eles classificam como "heterogêneas".Garner afirma que variações incontroláveis entre as condições dediferentes laboratórios podem estar influenciando adversamente osresultados.

Ele atribui os problemas à interferências ambientais comoa localização da jaula dos ratos dentro do laboratório, que podeintroduzir luzes, sons ou adores adicionais, capazes de suscitaransiedade nos animais e assim causar alterações de comportamento."É preciso que existe um diabinho qualquer, um diabinho maquiavélico,que está causando os falsos positivos registrados nessasexperiências", diz Garner.

No processo de desenvolvimento de medicamentos, os falsos positivos,ou seja, medicamentos que se provam promissoras em uma avaliaçãoinicial, precisam ser reproduzidos em experiências independentes,utilizando outros laboratórios e animais diferentes. Wurbel diz que uma redução no número de falsos positivos no processo de seleçãoinicial, por meio da comparação de linhagens de ratos de laboratóriolado ao lado em um mesmo local, poderia ajudar os cientistas a evitarmuitos dos testes secundários que agora se veem forçados a conduzir."Talvez essa idéia funcione bem, mas eu acredito que eles primeiroprecisariam demonstrar que funciona experimentalmente", disse John Crabbe, da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, em Portland.De volta à bancada de trabalhoEm 1999, Crabbe publicou artigo sobre um estudo no qual havia sidoconstatado que determinados comportamentos de ratos de laboratório,especialmente aqueles que se desenvolvem por influência genética, eramfáceis de reproduzir por animais em diferentes laboratórios, mas que outros, especialmente aqueles que envolvessem respostas emocionais,eram muito mais difíceis de replicar.

Crabbe argumenta que esses problemas de reprodutibilidade deresultados também aconteçam em outros campos de estudo, entre os quaisa bioquímica e a física, e que, em termos práticos, qualquerexperiência cientificamente instigante "terminará por ser repetida dequalquer maneira, e propiciará a persistência das descobertas maisrobustas".

Em artigo que acompanha a publicação do estudo na Nature Methods, o neurocientista e geneticista Richard Paylor, do Baylor College ofMedicine, em Houston, também diz que uma nova experiência concebidacom o objetivo de testar a idéia de Wurbel parece ser "o próximo passoevidente".

Wurbel diz que ele e sua equipe já estão trabalhando para desenvolveruma experiência como essa. "Não é prático conceber cada experiênciacomo um estudo envolvendo múltiplos laboratórios", ele diz. "O que precisamos decidir, a seguir, é quanto a um ou dois fatores quepossamos variar dentro do laboratório".
Tradução: Paulo Migliacci ME--

Você sabe o que são experiências com animais?
http://www.aila.org.br/denuncias_testes.htm

Os Testes Mais Comuns

Teste de Irritação dos Olhos

É utilizado para medir a ação nociva dos ingredientes químicos encontrados em produtos de limpeza e em cosméticos. São observadas as reações causadas na pela e nos olhos de animais. Em testes para a irritação dos olhos, os produtos são aplicados diretamente nos olhos dos animais conscientes. Durante o período do teste que normalmente dura uma semana, os animais podem sofrer de dor extrema e mutilação e geralmente ocorre a cegueira. Para prevenir que os bichos arranhem os olhos, são imobilizados em suportes, de onde somente as suas cabeças se projetam. É comum que seus olhos sejam mantidos abertos permanentemente através de clips de metal que seguram suas pálpebras. O teste normalmente causa danos irreparáveis aos olhos dos animais, deixando-os ulcerados. No final do período eles são mortos para averiguar os efeitos internos das substâncias experimentadas. Os coelhos são os animais mais utilizados nos testes Draize porque são baratos e fáceis de manusear: seus olhos grandes facilitam a observação dos resultados.

Teste Draize de Irritação Dermal

Consiste em imobilizar o animal enquanto substâncias são aplicadas em peles raspadas e feridas (fita adesiva é pressionada firmemente na pele do animal e arrancada violentamente; repete-se esse processo até que surjam camadas de carne viva). Substâncias aplicadas à pele tosada do animal.

Teste LD 50

Abreviatura do termo inglês Lethal Dose 50 Perercent (dose letal 50%). É o teste para detectar qual a quantidade de substância que matará a metade do grupo de animais, num tempo pré-determinado, se ingerida ou inalada forçadamente ou, exposta dealguma maneira. Criado em 1920, o teste serve para medir a toxicidade de certos ingredientes. Cada teste LD 50 é conduzido por alguns dias e utiliza 200 ou mais animais. Durante o período de teste, os animais normalmente sofrem de dores angustiantes, convulsões, diarréia, supuração e sangramento nos olhos e boca. No fim do teste, os animais que sobrevivem são sacrificados. Anualmente, cerca de 4 a 5 milhões de animais nos EUA são obrigados a inalar e a ingerir (por tubo inserido na garganta) loções para o corpo, pasta dental, amaciantes de roupa e outras substâncias potencialmente tóxicas. Mesmo quando o LD 50 é usado para testar substâncias claramente seguras, é praxe buscar a concentração que forçará a metade dos animais à morte. Assim os animais têm de ser expostos a exorbitantes quantidades da substâncias proporcionalmente impossíveis de serem ingeridas acidentalmente por um ser humano. Este teste prova ser ineficaz porque os resultados variam muito dependendo da espécie do animal utilizado. Um prognóstico seguro da dose letal para os humanos é impossível de ser detectado através dos animais.

Testes de toxidade alcoólica e tabaco

Animais são obrigados a inalar fumaça e se embriagar, para que depois sejam dissecados.

Experimentos na área da psicologia

Estudo comportamental, incluindo privação da proteção materna e privação social na inflição de dor, ou seja, afastar os animais da convivência de outros animais, para a observação do medo; no uso de estímulos aversivos, com choque elétricos para aprendizagem; e na indução dos animais a estados psicológicos estressantes, como afastando-se os filhotes recém nascidos de sua mãe, por exemplo.

Experimentos armamentistas

Os animais são submetidos a radiação de armas químicas e biológicas, assim como a descargas de armas tradicionais. São expostos, ainda, a gases e são baleados na cabeça, para estudo da velocidade dos mísseis.

Pesquisas dentárias

Os animais são forçados a manter uma dieta nociva com açúcares, e hábitos alimentares errôneos para, ao final, adquirirem cáries e terem gengivas descoladas e a arcada dentária removida.

Teste de colisão

Os animais são lançados contra paredes de concreto. Babuínos, fêmeas grávidas e outros animais são arrebentados e mortos nesta prática.

Dissecação

Animais são dissecados vivos nas universidades e outros centros de estudo.

Práticas médico-cirúrgicas

Milhões de animais são submetidos a cirurgias nas faculdades de medicina.

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