Não tenho espaço para ter um animal de estimação. A casa é pequena

(fonte, texto copiado do grupo "ajudar bichos como nós", de Lisboa), mas achei muito inteligente e oportuno, porque é a realidade em muitos lugares.



Ouvimos várias vezes o argumento. Reconhecemos nele a preocupação com o bem-estar animal. Mas é tempo de agitar consciências e refletir acerca de uma realidade que, infelizmente, é desconhecida da maior parte das pessoas e de praticamente todos aqueles que ainda não se debruçaram na luta pelos direitos dos animais.


Não quero nem posso ter animais porque tenho uma casa pequena e eles precisam de espaço. Para além disso, passo muito tempo fora de casa e seria uma violência tê-lo tanto tempo sozinho


A preocupação é óbvia. Quem o diz considera que tanto o cão como o gato precisam de espaço para correr, para explorar, para ser o animal que se deseja que sejam, com dignidade. Se vivessemos num mundo ideal este argumento seria absoluto e inquestionável: afinal, ninguém quer confinar um animal a espaços exíguos nem restringir-lhe a liberdade e é desejável que ele tenha uma vida satisfatória.

O problema é que não vivemos num mundo ideal.

Desconhecemos ao certo o número de animais que perambulam pelas ruas do nosso país, mas sabemos que são muitos. Destes "muitos", muitos são abandonados. São animais que tiveram donos, que tiveram uma casa que os abrigava da chuva e do frio e uma cama que os acolhia sempre que queriam dormir. E agora já não têm. Condenados a percorrer as ruas em busca de conforto, não têm mais nada que o chão, imundo, frio, molhado, sem água nem comida. Sem carinho. Nem sequer o carinho frágil de quem os abandonou um dia. Perseguidos por humanos, maltratados, enxotados, pontapeados, atropelados propositadamente ou por acaso, envenenados.

perambulando pelas ruas estão sujeitos às mais variadas situações que infelizmente conhecemos e sabemos serem realidade.

Se forem encontrados por um qualquer humano que os queira utilizar para guardar a casa, terão uma vida de prisioneiro. Movimentos restringidos. Sol. Chuva. Frio. Fome, tantas vezes fome. Sem carinho.

Se forem apanhados por um humano que os queira levar para servir de lutas de cães, serão feridos por animais mais ferozes, mais fortes, mais bem alimentados. Vezes sem conta, até morrer. Saberão perfeitamente o que acontecerá na próxima vez que se abrir a porta. Sentirão terror e desespero.

Se tiverem a sorte de ser acolhidos por alguém que os queira salvar, terão uma segunda oportunidade de serem felizes. Se forem adotados pela mesma pessoa que os acolheu, ótimo. Se forem colocados para adoção e se ela for bem conduzida, podem voltar a serem felizes. Se a adoção for feita por alguém pouco informado ou interessado, poderão ser diretamente levados para o sofrimento, ou a morte.

Finalmente, se forem caçados por um canil municipal, serão colocados num cubículo infecto, imundo, com nada mais que um estrado de madeira frio e úmido para se deitarem. Estarão presos por uma corrente apertada que lhes marcará o pescoço e os impedirá, a maior parte das vezes, de sequer se deitarem. A sua tijela de água terá muitas vezes a sua própria urina. O seu "cantinho" será lavado à mangueirada, sem serem previamente retirados de lá. Ficarão ensopados, sujos, e com frio. com medo.


Se for um gato e se tiver o azar de ser em Lisboa, será colocado numa jaula, sem chão, onde não conseguirá andar. Se for bebe, as patas ficarão presas entre o gradeamento e não se conseguirão levantar até morrer. Não terá cama, muitas vezes não terá comida. Terá que fazer as suas necessidades no chão, tal como o cão. Levará também mangueiradas de água sem dó nem piedade. Muitas vezes a sua tijela de comida estará coberta de excrementos.

8 dias depois de terem entrado sentirão muito medo. E serão mortos, assassinados a sangue frio.(em Lisboa)

Aqui entre nós, acha mesmo que ele não preferirá a sua casa, mesmo que pequena? A sua cama? A sua comida? O seu cantinho? O seu amor e carinho, mesmo que por meia hora diária?

Ou estará melhor num cantinho como os da foto?

1 comentários :

Aída Továr publicou o comentário número:

é verdade, eu tenho um beagle, e quando ganhei ele morava em um sítio , mas depois devido a muitas circuntancias eu tive que sair desse lugar, ele sumiu por um ano , minha sobrinha encontru ele e logo fomos morar em uma casa praticamente sem área de serviço, mas ficamos com ele e gostamos muito dele ,e ele é grato retruibui todos os dias com sua alegria, manifestada de maneira canina...muito legal.

belo o seu trabalho.um abraço!!!



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